TÉCNICAS DE LEITURA
Além de saber da importância da proclamação da Palavra e das condições interiores do leitor, é necessário que este se esforce por adquirir uma adequada competência técnica, com o fim de aprender a usar corretamente a própria voz e, portanto, favorecer a transmissão da mensagem que é chamado a anunciar através da comunicação oral, isto é, a Palavra de Deus.
Portanto, a técnica, isto é, o modo de ler e de interpretar o texto não é um algo a mais ou um luxo: é, ao invés, a primeira condição para que suscite um mínimo de interesse e de escuta. Os princípios e as condições fundamentais que são necessários conhecer e colocar em prática podemos resumir em oito pontos:
A) A RESPIRAÇÃO - É muito importante aprender a efetuar uma respiração correta, ou seja, abdominal e não somente torácica (coisa que se obtém fazendo amplo uso do diafragma), e suficientemente profunda. Somente assim se consegue a emitir uma voz válida seja qualitativamente que quantitativamente.
B) A VOZ - Com uma correta respiração, se pode utilizar melhor as possibilidades do aparato vocal. Cada um precisa descobrir em qual registro sua voz sai mais naturalmente: aguda, média ou grave. É claro que somente através de uma série de exercícios específicos se pode obter resultados apreciáveis.
C) AS PAUSAS - Saber fazer as pausas no momento justo e no modo justo é condição indispensável a fim de que quem escuta entenda aquilo que está sendo lido. Preparar uma leitura significa, portanto, antes de tudo, individuar as pausas que devam ser feitas, seja aquelas sintáticas (as que vem estabelecidas pela pontuação) seja aquelas “expressivas” (que são conforme o leitor e contribuem para adquirir a justa interpretação à leitura), distinguindo entre aquelas longas e aquelas breves.
D) O RITMO - A maior parte dos leitores lêem muito rápido: a velocidade com a qual se lê deve ser decisivamente mais lenta que na comum conversação, porque necessita deixar o tempo às palavras não somente de ser pronunciadas, mas, sobretudo, de ser entendida. Além disto, a velocidade deve variar segundo o gênero literário do texto que se lê. Em cada caso o ritmo da frase deve ser fluente e uniforme, não a toda pressa.
E) O VOLUME - A leitura em público requer que se fale com um volume mais alto daquele que se usaria na conversa habitual, ainda que tenha um microfone; por outra parte, em público precisa sempre falar dirigindo-se às pessoas que estão mais distante.
F) A ENTONAÇÃO - Um defeito muito comum é a leitura feita com uma entonação não natural. Precisa, em vez, ler sempre com uma entonação cômoda, isto é, nem muito alta nem muito baixa, dando atenção para alguns erros muito comuns, que muito contribuem para uma leitura cansativa e incompreensível: evitar a cantoria, especialmente na leitura dos salmos, cânticos, hinos, etc.; recordar-se de abaixar o tom para evidenciar os incisos e as frases afirmativas (muito comuns, por exemplo nas cartas de Paulo); nas frases interrogativas, evitar de cair o acento interrogativo sobre a última palavra, apesar que deve cair sobre o verbo principal; não deixar cair a entonação da voz ao final da frase.
G) A EMOÇÃO - Não se pode omitir de dar emoção ao interpretar a leitura, mas precisa faze-la com extremo senso de medida. Não se deve ler de modo chato como se não nos interessasse aquilo que lemos, antes, devemos colocar todo nosso ímpeto, o nosso entusiasmo, a nossa alegria de anunciador da Palavra. Mas não se deve nem mesmo exceder na emoção nem “dramatizar” por causa do medo de ser monótono ou por desejar dar uma interpretação muito pessoal: não devemos esquecer que a Palavra que lemos é de Deus, não nossa.
H) A ARTICULAÇÃO - É sem dúvida o aspecto técnico mais complexo e mais difícil de realizar e é por este motivo que é oportuno preocupar-se antes de tudo de colocar em prática as lições enumeradas nos pontos precedentes. Isto não significa que não seja importante estudar este ponto, isto é a pronúncia correta seja das vogais que as consoantes.
I) O MICROFONE - Uma vez que quase não existem mais igrejas sem som, é indispensável saber usar bem o microfone, isto é, desfrutar o máximo a sua potencialidade, evitando que se torne um instrumento de tortura para a assembléia. Algumas regras práticas: antes de iniciar a ler, regular sempre o microfone mais ou menos à altura da boca, porém uns vinte centímetros distante da boca (esta distância pode ser variada pela qualidade do microfone, da voz, ou se quiser dar um destaque na leitura); não falar exatamente em direção do microfone, mas ligeiramente colocado ao lado, a fim de evitar os rumores desagradáveis que se produzem quando se pronunciam no microfone as consoantes explosivas (p e b) e aquelas sibilantes (s e z); se for necessário falar e cantar junto com a assembléia necessita faze-lo soto-voz para não cobrir a assembléia mesma.
EM FRENTE DA ASSEMBLÉIA:
*No momento de proclamar a leitura, suba ao ambão com tranqüilidade.
* Coloque-se em pé, com a cabeça erguida: as costas retas para poder respirar melhor; as mãos no ambão com o Livro. Onde houver microfone, veja se está ligado e se está na altura e na distância certa.
* Olhe para a assembléia, “reúna”, “chame” o povo com o olhar…; jogue como que uma ponte até as últimas fileiras; estabeleça contato. Tudo isto em silêncio. (É o silêncio que valoriza a palavra). Não olhe com cara feia, mas deixe que o seu rosto exprima um pouco os sentimentos do Senhor Jesus para com o seu povo.
* Faça a leitura, de maneira calma e pausada, com dicção clara, e observando tudo o que ficou dito acima. Não perca o contato com a assembléia.
* No final da leitura, aguarde a resposta da assembléia e depois, tranqüilamente, deixe o ambão e volte a seu lugar.
Fonte: https://liturgiacatolica-liturgia.blogspot.com/2009/04/o-leitor.html